Como evitar o estresse no gato
Tranqüilos e chegados numa boa soneca, os gatos parecem os animais de estimação mais sossegados que existem. Mas só parecem. Quem tem um (ou vários) sabe que, por trás da atitude zen, gatos estão sujeitos a várias situações de estresse. Visitas em casa, saídas para o veterinário e o uso de um aspirador de pó provocam reações extremadas: os gatos podem soltar pêlos, esconder-se pela casa, miar incessantemente ou agir de forma violenta. Ou ter todas as reações acima ao mesmo tempo.
O gato sofre de estresse quando se sente inseguro, ameaçado, doente ou até mesmo entediado. E as razões são muitas: gatos não gostam de ver ou de sentir a presença de um animal próximo a seu território; não gostam de mudanças em casa, como uma reforma ou a aquisição de novos móveis, ou mesmo uma nova casa; têm pavor de barulhos altos; são arredios a donos hostis; demoram a se acostumar com novas pessoas em casa e temem visitas.
O professor Carlos C. Alberts, especialista em comportamento de felinos, da Unesp de Assis, SP, explica que parte da ansiedade do gato vem do conflito entre sua adaptação doméstica e sua origem selvagem. "Por um lado, o gato tem comida e abrigo oferecido pelo dono, mas, por outro, precisa exercer uma parte de seu comportamento fora de casa", explica. "Quando estão na rua, os gatos domésticos de estimação encontram outros gatos, estabelecem relações sociais com eles, caçam, procuram comida, fazem a corte, os machos exercem sua territorialidade e as fêmeas, sua hierarquia", exemplifica. "É bastante possível, do ponto de vista comportamental, que a falta de atividades fora de casa cause estresse", diz.
Para o comportamentalista Alexandre Rossi, "é como se os gatos fossem programados para levar um tipo de vida - se são colocados numa situação diferente, reagem".Isso vai de um estímulo desagradável para o gato até a falta completa de estímulo, ou seja, o tédio. Por isso, é importante suprir essas necessidades com um enriquecimento ambiental."Quem mora num apartamento pequeno, por exemplo, pode dispor de uma janela para o gato olhar a rua, oferecer brinquedos, trazer cheiros diferentes e esconder comida pela casa", detalha Rossi.
As causas mais comumente associadas ao estresse do gato estão identificadas nas páginas a seguir, junto com algumas lições para minimizar os efeitos.Se você tiver a oportunidade de conviver com o gato desde os primeiros dias de vida, a socialização irá deixá-lo mais seguro e pronto para novas situações ao longo de sua vida. Caso isso não seja possível, duas lições valem para quase todas as situações de estresse: 1) o gato deve ter um esconderijo seguro, de preferência em lugar alto, e com os acessos sempre livres; 2) a caixa de transporte deve ser um ambiente agradável para ele, talvez até o lugar onde durma e, de vez em quando, receba petiscos.
Se o seu gato apresentar sinais de estresse de vez em quando, você não precisa ficar tão preocupado. "Um pouco de estresse não fará mal nenhum ao gato; o que não pode acontecer é o estresse contínuo", aconselha o comportamentalista Alexandre Rossi, complementando que uma situação prolongada pode levar o gato à automutilação ou à rouquidão pelo miado excessivo. "No caso de conflitos graves, procure um profissional da área de comportamento animal", acrescenta o veterinário e etólogo Mauro Lantzman, de São Paulo.
"É importante lembrar que sintomas de estresse também podem indicar doença", alerta a veterinária Marcia Rizzi, de São Paulo.Entre esses sintomas estão os miados constantes, a apatia e, principalmente, a agressividade."Diferentemente dos cachorros, os gatos disfarçam a dor ou qualquer sinal de fraqueza, porque isso os torna vulneráveis para outros gatos", afirma Rossi. Por isso, se os sintomas que você caracteriza como estresse persistem e não há uma causa definida, procure um veterinário rapidamente.
VISITAR O VETERINÁRIO
Praticamente todo dono de gato sabe o drama que é levar o bichano a uma consulta com o veterinário."Da saída de casa à espera na clínica, é uma sinfonia: as gatas miam sem parar, ficam agitadas no carro", relata Norma Regina Teixeira, de São Bernardo do Campo, dona de seis gatas que só saem de casa para ir à clínica."É um miado bem agudo, que indica problema", conta. Dentro da clínica também é complicado: há barulhos e cheiros de cães e de outros gatos, pode haver no ar ferormônios que os gatos entendem como 'cheiro do medo', há o barulho do secador, gente estranha, ambientes novos... Ou seja, não faltam motivos para a insegurança.
Reações mais freqüentes: Vocalizar excessivamente, soltar pêlos, ficar agressivo.Levar o gato à clínica na caixa de transporte (seu porto seguro) é outra medida tranqüilizadora. "Ao entrar na sala do médico, abra a caixa e deixe o gato explorar o ambiente por alguns minutos enquanto você conversa com o veterinário", orienta Rossi. "O gato não deve ser submetido a um procedimento desagradável imediatamente depois de sair da caixa." Durante a intervenção do veterinário, uma maneira de amenizar os temores do gato é o dono ficar por perto e interagir quando possível. "Na hora da vacina, é bem melhor para o gato ser segurado pelo dono do que por um estranho", exemplifica Rossi.
SAIR DE CASA
Gatos criados em ambientes fechados não reagem bem quando são levados para fora, seja no colo do dono, seja na caixa de transporte, se ela só for usada nessas ocasiões."Já tentei passear com minha gata no térreo do meu prédio, pois achava que ela ia gostar", conta o empresário Luiz Maciel. "Mas, já no elevador, ela começou a miar fortemente e a soltar pêlos sem parar, e desisti". Norma relata uma reação parecida. "As minhas saem na porta, mas voltam, e, se eventualmente esqueço uma do lado de fora, é um desespero: quem ouve aqueles miados pensa que elas estão morrendo!"Reações mais freqüentes: Vocalizar excessivamente, soltar pêlos, ser agressivo, tentar fugir.O que fazer: O comportamentalista britânico Peter Neville dá uma receita para acostumar o gato a ficar em ambientes externos, sem medo. É importante que não haja a possibilidade de ele fugir. Por exemplo, o jardim estar cercado com muros e portões altos. "Coloque o gato numa gaiola, leve-o para um canto tranqüilo do jardim, saia de perto da gaiola e observe o gato ao longe: ele vai ficar apavorado no começo, mas com o tempo se tranqüilizará", orienta Neville. "Depois de alguns dias repetindo esse passeio, abra a porta da gaiola e espere que o gato saia".
quarta-feira, 1 de abril de 2009
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preciso de ajuda!!!
ResponderExcluirminha gata de 1 ano ganhou um futuro companheiro de 3 meses e desde então ela passou a ficar bem ostil e nos ultimos dias depois que nos deitamos ela mia muito e fica ao pé da porta de saida como se pedindo pra sair, (ela nunca sai para o exterior. moro em apartamento). ela esta comendo bem e dormindo o dia todo. que posso fazer ou o que será que ela tem?