PKD: Saiba mais sobre a doença
Esta matéria foi sugerida por Mariana Sales , que teve uma gata, a Shimmy, vitima de PKD.
Antes de começar vou colocar a história que a nossa leitora Mariana Sales mandou da Shimmy.
"Ganhei a Shimmy em 1998. Junho de 1998 e ela já estava com 8 meses de idade. Ela foi um presente muito especial de uma amiga de meus pais, que era dona dos pais dela e ao saber que eu adorava gatos me deu o meu melhor presente. Porém, na época, nem a dona e muito menos eu, que nunca havia tido gato de raça, sabíamos sobre o PKD.
A Shimmy era uma gata extremamente saudável. Não muito sociável, mas muito saudável. Fazia visitas à veterinária dela de 6 em 6 meses para ver se estava tudo ok, e sempre estava, graças a Deus! Em uma dessas visitsa a veterinária me aconselhou a cruzá-la e eu amei a idéia, pois teria "netinhos" lindos, filhos da minha "filha" mais que especial. A partir daí comecei a tentar colocá-la para cruzar cada vez que ela entrava no cio. No entanto, ela não aceitava. Aos 7 anos e meio,em julho de 2005, resolvemos castrá-la. Foi feito um ultrasson prévio e tudo estava perfeito, ou melhor, quase perfeito, pois ela tinha ovários micropolicísticos. Vejam bem, ovários policísticos. Os outros órgãos estavam em perfeito estado, de acoro com o ultrasson. A cirurgia foi feita, a recuperação foi ótima e a qualidade de vida aumentou muito, pois ela já não "sofria" mais com cios. Digo "sofria" porque gatas no cio costumam emagrecer bastante, ficam mais carentes.... Enfim, isso havia acabado pra ela.
O tempo passou e a rotina era a mesma. Banhos semanais, para manutenção de pêlo e pele e visitas semestrais para checar a saúde dela. Porém, no dia 12 de abril de 2008 acordei e notei que ela estava diferente. Tava mais molinha, não queria comer, só ficava deitadinha em um mesmo local... Vi que algo não estava bem e corri com ela para a veterinária dela, mesmo tendo realizado "checkup" nela em dezembro, ou seja, 04 meses antes. Ao chegar lá a veterinária não se encontrava na clínica e no auge do desespero, corri à outra clínica, onde um antigo amigo era veterinário. Graças a Deus ele estava de plantã naquele dia. Fizemos ultrasson, hemograma, dosagem de creatinina, enfim, uma bateria de exames. Ao receber a ultrasson, vimos que algo estava muito errado. Os dois rins dela estavam tomados de cistos. Seria impossível operá-la naquela situação, pois ela não sobreviveria com apenas um rim, que ainda por cima estava "doente". A taxa de creatinina estava altissima, 13,4. Foi aí que o veterinário falou comigo sobre o PKD. Perguntou se ela era testada, se eu conhecia a doença, enfim.... Eu nunca havia ouvido falar nisso. Gato com cistos nos rins?! Pra mim parecia impossível. Ela ficou imediatamente internada fazendo "fluidoterapia" e sendo medicada. No dia 17/04/2008 os exames foram repetidos e a creatinina estava dentro do normal, graças a "fluidoterapia" e à ração especial c uma quantidade menor de proteína (q ela nem gostava muto, mas comia). Nesse dia levei ela p minha casa, mas todos os dias levava para a clínica e ela passava 12h em flidoterapia.
Infelizmente no sábado, 19/04/2008, ela piorou. Um dos cistos aumentou inexplicavelmente e ela piorou muito. Corri para a clínica onde novamente ela ficou na fluidoterapia. No domingo pela manhã, 20/04/2008 liguei para saber como ela estava, já que não permitiam visitas e fui chamada até a clínica. Já saí de casa sabendo que algo ruim estava por vir.
Ao chegar lá ela ainda estava viva, porém em um balão de oxigênio, onde ela tinha passado a noite, e segundo a vet de plantão ela estava em coma. Perguntei a vet se havia oq ser feito e a mesma disse que não, que já haviam tentado de tudo e deixá-la viva só iria prolongar o sofrimento dela. Tive o prazer de ficar mais alguns minutos do lado dela, acariciando e lembrando os bons momentos que ela me proporcionou e de tudo oq vivemos juntas. Eu mesma assinei a eutanásia dela. Não queria deixá-la sofrer mais, ela não merecia sofrer mais. Fiquei ao lado dela até o último suspiro e foi então que eu decidi pesquisar sobre a doença e divulgá-la.
Hoje, tenho um gatil registrado em Fortaleza e que carrega o nome dela... "Shimmy Cattery". Todos os meus gatos são testados e negativados para PKD por DNA (o meio mais seguro já que é uma doença genética e hereditária).
Infelizmente, muitos criadores vendem gatos sem ser testados e "passam" a doença para frente. O gato ser PKD+ não quer dizer que vá morrer em uma semana como a minha morreu. Ela morreu porque eu desconhecia a doença. Se conhecesse, teria feito fluidoterapia desde o início, dado ração apropriada e talvez ela ainda estivesse viva e saudável até hj!
Portanto, quando forem comprar um gatinho, exijam o exame do filhote ou dos pais. Pois pais negativos, filhotes 100% negativos." - Conta Mariana Cidrão Sales, leitora que nos sugeriu a matéria e nos enviou as fontes que contavam sobre a doença.
PKD -
A doença renal policística (DRP) é uma doença congênita comum em gatos persas e raças aparentadas, como o Himalaia e o Exótico, que também tem sido descrita em outras raças de gatos, humanos, Cairn terriers, ratos, West Highland White Terriers, Bull Terriers, ferrets e cavalos 9. Essa enfermidade pode ser definida como uma doença estrutural na qual uma parte apreciável do parênquima renal normal é substituído por cistos 1. Não se trata de uma doença nova, há trinta anos vem sendo descrita esporadicamente na literatura veterinária e nos últimos dez anos foi caracterizada com sendo uma doença renal hereditária irreversível e de progressão lenta 1.
A transmissão hereditária se faz sob a forma de um gene autossômico dominante que acarreta uma hipertrofia e disfunção renal 1. Os cistos múltiplos estão presentes nos dois rins após o nascimento e aumentam lentamente de tamanho ao longo da vida, levando a uma insuficiência renal crônica (IRC) que geralmente aparece tardiamente, por volta dos 7 anos de idade 1, 6. Os sinais clínicos da DRP não são específicos e se assemelham muito aos da insuficiência renal crônica 1,9. Em razão da evolução lenta da doença, nem todos os gatos positivos para DRP desenvolvem uma doença renal clínica que pode os levar à morte1.
Os cistos podem variar de tamanho, indo de menos de 1 milímetro até mais de um centímetro1. Há relatos de animais com cistos de até quatro centímetros de diâmetro 9. Os animais mais velhos apresentam cistos maiores e mais numerosos 1 que também podem se encontrados em outros órgãos, como baço, fígado, pâncreas e útero 1, 9, 6. Os Cairn terriers podem apresentar cistos nos ramos biliares 8. Nos rins os cistos podem estar localizados no córtex, na medula e na papila renal 9. O ritmo de crescimento dos cistos é muito variável, podendo variar entre um animal e outro, entre um rim e outro no mesmo animal ou entre linhagens diferentes 1.
TRATAMENTO:
Não existe uma terapia específica para a DRP9, 1. O tratamento objetiva o controle da progressão da doença e dos sinais de IRC, bem como a preservação da qualidade de vida9.
Algumas complicações importantes relatadas em humanos são infecções, hemorragia e/ou hipertensão arterial sistêmica9, 6, 1. O interstício renal ou o cisto pode estar infectado6,9, 1, e a infecção é um fator agravante de dor, anorexia e apatia9. O exame ultra-sonográfico pode auxiliar guiando a punção aspirativa do conteúdo destes cistos e posterior análise bacteriológica6, 9. A infecção deve ser tratada como infecções do trato urinário complicadas6 com antibióticos que penetrem na parede do cisto9,1 e monitoramento e culturas repetidas para controle6. Acredita-se que antibióticos lipofílicos, como cloranfenicol, sulfa-trimetoprim e quinolonas, tenham maior penetração nos cistos9.
A hipertensão está relacionada com a compressão dos cistos nos vasos renais1. A redução do tamanho dos cistos, através da punção, potencialmente resulta em diminuição da pressão sangüínea sistêmica, melhorando o prognóstico e diminuindo a dor1. Essa diminuição da dor tem grande importância na diminuição do desconforto do paciente, fazendo com que os mesmos tenham maior disposição e se alimentem melhor9.
Pode ser recomendada uma mudança na dieta através da restrição na ingestão de proteínas e fósforo, utilização de proteínas de alto valor biológico, utilização de inibidores da absorção de fósforo e tratamento da anemia quando necessário1.
Pode ser recomendada uma mudança na dieta através da restrição na ingestão de proteínas e fósforo, utilização de proteínas de alto valor biológico, utilização de inibidores da absorção de fósforo e tratamento da anemia quando necessário1.
PROFILAXIA E CONTROLE:
A melhor e mais importante medida de controle e eliminação da doença consiste em identificar os gatos portadores do gene da DRP. Como este gene é autossômico dominante, é relativamente fácil detecta-lo1.
A estratégia de controle da DRP deve basear-se na precocidade diagnóstica por meio da conscientização dos criadores da importância da realização do exame ultra-sonográfico em animais antes do início da vida reprodutiva9,6; emissão de atestados para animais positivos e negativos, de preferência, identificados com “microships”9; esterilização dos animais positivos9, 6, 1; realização de exame ultra-sonográfico dos familiares quando for identificado um animal positivo1; e uniformização dos critérios ultra-sonográficos empregados para o diagnóstico da DRP por parte dos ultra-sonografistas9.
É importante salientar ao proprietário que se trata de uma doença de manifestação tardia e que o animal poderá viver vários anos antes do aparecimento dos sinais clínicos, e se colocado para reprodução, poderá transmitir esse gene patológico para uma grande proporção da sua descendência1.
FONTE: http://www.vetimagem.com.br/ultra_sonografia7.html
Clicando nesse link você pode conferir mais sobre a doença!
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
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O laboratório que realiza os exames por DNA (os mais confiáveis, já que em alguns casos não aparece na USS) é o Genoa. Contato deles... lumelo@genoaveterinaria.com.br. O exame custa R$80,00 e eles não cobram pelo envio e recebimento de kits (sim, são fornecidos pelo laboratório inteiramente grátis).
ResponderExcluirTive uma himalaia que também foi vítima do PKD.
ResponderExcluirA doença na minha gata foi diagnosticada no final de setembro de 2008 na Hovet da USP e lá se deu o tratamento dela com fluidoterapia intravenosa e subcutânea e medicamentos via oral e por injeções. Ela lutou bastante por 5 meses (chegou a desenvolver uma doença no coração, durante esse tempo, que impedia dela tomar bastante soro pela veia). Até passou seu aniversário doentinha, quando fez 10 anos.
Na época que a comprei nem sabia da existência dessa doença horrível (eu só tinha 12 anos). Minha mãe a comprou num gatil, que hoje, está muito famoso. Naquela época não se importavam se estavam ou não passando essas doenças genéticas para frente. Ainda bem que hoje em dia há gatis que se preocupam com isso e fazem testes de DNA para evitar tais doenças.
Boa tarde, informo que o laboratório VetDNA está realizando diagnóstico para PKD felino por DNA.
ResponderExcluirO valor do exame é de R$65,00.
Qualquer dúvida ou solicitação estamos à disposição
Att, Adriano
www.vetdna.com.br